24 de ago. de 2011

Rato no vagão



Rato no vagão

Sai do trabalho, era mais um dia normal. Desci do elevador e me misturei a fluxo humano incrível que caminham para suas casas. Cheguei a estação de fiquei parada na plataforma a espera da condução que levaria pra casa. Mal parou o trem e as pessoas de avolumarão a porta dos vagões do coletivo na ânsia de entrar e buscar um recanto de sossego. E quem sabe até poder tirar um cochilo reparador antes de poder chegar ao lar.  O caótico transporte público carioca fascina e entristece. Somos a legião do êxodo diário.
A viagem corria sem grandes surpresas também. Sentei-me sob a janela e com os braços sobre a bolsa adormeci como parecia que todos faziam ou queriam fazer naquele lugar.
Mas da metade da viagem já tinha transcorrido quando o coletivo se aproximou de um dos maiores pontos de fluxo de pessoas durante a viagem. Estava no vagão de mulheres e quando uma turma de homens tentou entrar no vagão exclusivo os guardas da estação os impediram e algumas mulheres começaram a discutir sobre a situação.
Ninguém sabe quem, mas alguém gritou no fundo do vagão que um rato tinha entrado no vagão e logo depois o caos se instaurou no vagão inteiro. O lugar que estava abarrotado de gente se tornou um inferno de mulheres histéricas sem saber onde estava o bendito rato. Mas todas pulando e gritando de pavor sem que ninguém pegasse ou identificasse o inconveniente passageiro roedor.
Para piorar a situação o vagão era fechado e todas as mulheres queriam se aglomerar na parte da frente do vaga que já não tinha condições de acomodar as que lá estavam. Umas pularam nos bancos e janelas. Outras por não ter, mas como se espremer na ridícula intenção de fugir do roedor. Na verdade ninguém a te então tinha visto o rato, mas todas, sem exceção estavam apenas a espera que o meliante subisse por suas pernas o lhes mordesse sob o mar corpos tão grudados que mau dava para ver o chão.
No início eu também fiquei eu confesso apavorada. E o êxodo de mulheres vindo pra cima de mim fugindo do rato malvado era de dar medo. Descobri que poucas coisas são mais a pavorantes que uma horda de mulheres histéricas se acotovelando, subindo umas sobre as outras. De brigando por um espaço sobre os bancos.
Mas depois pensar na situação começei a me acalmar e ver o ridículo de tudo isso. Pois num vagão tão cheio todo o grito e ninguém tinha gritado ainda que tinha sido mordido. Que rato bandido era esse que não atacou ninguém. Será que ele estava com medo de tanta mulher maluca.
Do meu lado, uma moça que vinha durante a viagem toda bebendo preguiçosamente um latinha de cerveja, travava uma discussão sobre seus direitos de subir no banco ao lado. Onde precarriamente já se equilibravam 5 mulheres histéricas. E do outro lado 3 outras mulheres gritavam que alguém tinha de parar o trem.
- ó minhas Senhoras, eu pensei. Como assim parar o trem!!!
Ele só ira para 3 estações depois. Eu sem ter onde subir resolvi que tinha de manter a calma. Afinal o maior perigo que eu pedia ver eram aquelas loucas do meu lado quase saído no tapa por causa de lugar. Estranhamente o rato, mesmo estava esquecido.
Uma senhora do meu lado começou a chorar de medo e foi empurrada sob o ferro ferindo o braço e quase caindo no chão. Segurei seu braço e a amparei com meu corpo para que ela não fosse mas arrastada pela multidão ensandecida.
O trem parecia que nunca ia chegar a próxima parada para que aquela loucura tivessem fim.  Quando a hora de parar finalmente chegou centenas de mulheres fugiram de dentro do fatídico vagão. Eu me afastei com a senhora pra que, mas dão não fosse causado a senhorinha. Já com o vagão vazio, olhei em torno dele todo e curiosamente nada encontrei. Nenhuma pista do motivo de tanto desespero.
Outra mulher as minhas costas gritou: Gente não tem rato nenhum! Ele foi embora! Entre lágrimas de felicidade.
A senhora ao meu lado desceu do vagão e disse: Eu vou de ônibus.
Um coro de mulheres na porta do trem falou em coro: Graças a Deus!
Lembro-me que a única que eu pensava enquanto caminhava pra casa era: são todas loucas! Que rato que nada! Será que ninguém percebeu que nunca houve rato nenhum?


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